terça-feira, 15 de outubro de 2013

Alimentos alternativos à forrageira podem evitar prejuízos na pecuária em períodos de seca

Utilização de capineiras, dos bancos-de-proteína, da cana-de-açúcar mais ureia e do diferimento de pastagens pode assegurar um melhor padrão alimentar no período seco.
Foto: Reprodução/Canal Rural

Alternativas de alimentação bovina à forrageira podem manter padrão alimentar dos animais em períodos de seca

          No período de estiagem, entre junho e setembro, a baixa disponibilidade de forragem no pasto prejudica o desempenho de bovinos, resultando em perda de peso, declínio acentuado da produção de leite, diminuição da fertilidade e enfraquecimento geral do rebanho. Para manter a nutrição adequada dos animais, a suplementação alimentar é fundamental. Entre as alternativas para assegurar um melhor padrão alimentar durante esse período, e que apresentam maior praticidade e economicidade, estão a utilização de capineiras, dos bancos-de-proteína, da cana-de-açúcar mais ureia e do diferimento de pastagens.

          O capim-elefante, devido ao fácil cultivo, elevada produção de matéria seca, bom valor nutritivo, resistência a pragas e doenças, além da boa palatabilidade, tem sido a forrageira mais usada para a formação de capineiras.

– Em geral, um hectare de capineira bem manejada pode fornecer forragem para alimentar de 10 a 12 vacas durante o ano – diz o pesquisador da Embrapa Rondônia, Claudio Townsend.

          Apesar de a capineira fornecer alta produção de forragem durante o período seco, apresenta maior rendimento durante o período chuvoso.

– Se neste período a capineira não for manejada, a gramínea ficará passada e com baixo valor nutritivo, ou seja, muita fibra e pouca proteína e digestibilidade, o que compromete a produtividade animal – informa.

          A utilização de leguminosas forrageiras é uma alternativa viável, especialmente no período seco, por apresentarem alto teor proteico, melhor digestibilidade e maior resistência ao período seco. Os “bancos-de-proteína” são piquetes com cultivo exclusivo de uma leguminosa, que serão pastejados durante um período restrito (três a quatro horas por dia) por vacas em lactação, ou outra categoria animal. Para as condições de clima e solo da Amazônia Ocidental, as leguminosas recomendadas são amendoim-forrageiro, guandu, leucena, pueraria, desmódio, centrosema, estilosantes e calopogônio.

          A cana-de-açúcar é uma cultura permanente, de fácil implantação e manejo, além de baixo custo de produção.

– A cultura pode atingir rendimentos de até 120 toneladas de matéria verde por hectare, através de cortes realizados a cada 12 a 18 meses, coincidindo com o período seco, de junho a setembro, suficientes para suplementar até 30 vacas em produção – informa Townsend.

          A mistura cana-de-açúcar mais a ureia - ingredientes que são fonte de energia e proteína - é um suplemento alimentar para o gado bovino. Melhores resultados, com o uso da cana mais ureia, são alcançados desde que exista pastagem com boa disponibilidade de forragem, ou seja, bastante pasto seco.

          O diferimento ou reserva de pastos (feno-em-pé), durante a estação chuvosa, é uma alternativa para corrigir a defasagem da produção de forragem durante o ano. A prática consiste em suspender o acesso ao pasto durante parte do período vegetativo do mesmo (vedar o pasto), para favorecer o acúmulo de forragem que será usada durante a época seca. O uso desta técnica deve ser bem planejado para que a área diferida não corra o risco de ser um foco de incêndio. É uma prática indispensável quando se pretende utilizar misturas múltiplas como suplementação a campo.

          A adoção de qualquer uma dessas estratégias de suplementação alimentar requer planejamento detalhado, partindo-se do conhecimento prévio das condições edafoclimáticas (clima e solo), do potencial produtivo das pastagens, das necessidades nutricionais do rebanho que ocorrem na propriedade, além das condições de mercado de produtos e insumos.

EMBRAPA.

Produção de Touros

          Já dizia o ditado que o olho do dono é que engorda o gado. A evolução da raça nelore, principalmente nos últimos 10 a 15 anos, se deve a visão e dedicação dos criadores, amparados por técnicos e pesquisadores. Hoje, o criador de nelore possui diversos perfis, do ponto de vista técnico/produtivo, divididos em dois grandes grupos: quem produz genética e quem consome genética. A definição é do gerente executivo da Nelore do Brasil, André Locateli, que acrescentou dentro de cada um destes grandes grupos há segmentações, mas a pauta comum é o melhoramento genético. “Como em qualquer atividade, as margens de retorno por unidade têm se estreitado, e o produtor tem sido pressionado a ser cada vez mais eficiente. Nesta busca, muitos já perceberam que genética selecionada pode ser um grande diferencial para o resultado final”, disse.     


 

 

Criação de Touros
 

            Com uma demanda por touros no Brasil superior a 400 mil animais/ano, o mercado tem mostrado forte potencial de crescimento, com exigência cada vez maior por parte dos clientes. A família Grubisich tem uma longa relação com o campo e com a atividade pecuária e viu na raça nelore uma grande oportunidade para contribuir de maneira positiva para a melhoria da qualidade e rentabilidade da cadeia produtiva da carne no Brasil. Um dos destaques da história da Verdana Agropecuária é a Absoluta da Verdana, doadora de qualidade excepcional, campeã nacional e uma das mais valorizadas matrizes da história da pecuária. “O segmento de touros raçadores tem alto valor agregado, o que permite alavancar o projeto de nelore de elite. Nosso objetivo é criar animais que permitam ganho de produtividade e melhor geração de caixa na atividade da pecuária comercial.
            Os resultados têm demonstrado que optamos pelo caminho certo”, ressaltou Bruno Grubisich, diretor da Verdana. O segredo é a escolha criteriosa da base do plantel e a realização anual de um programa de acasalamento para cada uma de suas 1300 matrizes PO com os melhores touros da raça nelore. Um dos exemplos da dinâmica do mercado de touros melhoradores, segundo Grubisich, é o resultado de leilão de touros de alto valor genético recentemente realizado pela Verdana em Camapuã-MS, a capital do bezerro de qualidade, com liquidez total e preços médios da ordem de 12 mil reais por touro.
            Os resultados positivos para a melhoria do rebanho, na visão de Grubisich, são abordagens complementares - a inseminação artificial e selecionadores de touros - trazendo mais precocidade, fertilidade e ganho de peso. “O crescimento do uso das novas tecnologias de inseminação artificial exige que os criadores busquem touros com indicadores positivos nos quesitos genotípicos e fenotípicos”. Destaque para o touro que alia resultados positivos nos principais sumários, alta acurácia em seu pedigree e qualidades morfológicas superiores .

Revista ABCZ

Edição 75 Julho/Agosto 2013

Caroline Spricigo