Utilização de capineiras, dos bancos-de-proteína,
da cana-de-açúcar mais ureia e do diferimento de pastagens pode assegurar um
melhor padrão alimentar no período seco.
Foto: Reprodução/Canal Rural
Alternativas de alimentação bovina à
forrageira podem manter padrão alimentar dos animais em períodos de seca
No período
de estiagem, entre junho e setembro, a baixa disponibilidade de forragem no pasto prejudica o desempenho de
bovinos, resultando em perda de peso, declínio acentuado da produção de leite,
diminuição da fertilidade e enfraquecimento geral do rebanho. Para manter a
nutrição adequada dos animais, a suplementação alimentar é fundamental. Entre
as alternativas para assegurar um melhor padrão alimentar durante esse período,
e que apresentam maior praticidade e economicidade, estão a utilização de
capineiras, dos bancos-de-proteína, da cana-de-açúcar mais ureia e do
diferimento de pastagens.
O
capim-elefante, devido ao fácil cultivo, elevada produção de matéria seca, bom
valor nutritivo, resistência a pragas e doenças, além da boa palatabilidade,
tem sido a forrageira mais usada para a formação de capineiras.
– Em geral,
um hectare de capineira bem manejada pode fornecer forragem para alimentar de
10 a 12 vacas durante o ano – diz o pesquisador da Embrapa Rondônia, Claudio
Townsend.
Apesar de a
capineira fornecer alta produção de forragem durante o período seco, apresenta
maior rendimento durante o período chuvoso.
– Se neste
período a capineira não for manejada, a gramínea ficará passada e com baixo
valor nutritivo, ou seja, muita fibra e pouca proteína e digestibilidade, o que
compromete a produtividade animal – informa.
A utilização
de leguminosas forrageiras é uma alternativa viável, especialmente no período
seco, por apresentarem alto teor proteico, melhor digestibilidade e maior
resistência ao período seco. Os “bancos-de-proteína” são piquetes com cultivo
exclusivo de uma leguminosa, que serão pastejados durante um período restrito
(três a quatro horas por dia) por vacas em lactação, ou outra categoria animal.
Para as condições de clima e solo da Amazônia Ocidental, as leguminosas
recomendadas são amendoim-forrageiro, guandu, leucena, pueraria, desmódio,
centrosema, estilosantes e calopogônio.
A
cana-de-açúcar é uma cultura permanente, de fácil implantação e manejo, além de
baixo custo de produção.
– A cultura
pode atingir rendimentos de até 120 toneladas de matéria verde por hectare,
através de cortes realizados a cada 12 a 18 meses, coincidindo com o período
seco, de junho a setembro, suficientes para suplementar até 30 vacas em
produção – informa Townsend.
A mistura
cana-de-açúcar mais a ureia - ingredientes que são fonte de energia e proteína
- é um suplemento alimentar para o gado bovino. Melhores resultados, com o uso
da cana mais ureia, são alcançados desde que exista pastagem com boa
disponibilidade de forragem, ou seja, bastante pasto seco.
O
diferimento ou reserva de pastos (feno-em-pé), durante a estação chuvosa, é uma
alternativa para corrigir a defasagem da produção de forragem durante o ano. A
prática consiste em suspender o acesso ao pasto durante parte do período
vegetativo do mesmo (vedar o pasto), para favorecer o acúmulo de forragem que
será usada durante a época seca. O uso desta técnica deve ser bem planejado
para que a área diferida não corra o risco de ser um foco de incêndio. É uma prática
indispensável quando se pretende utilizar misturas múltiplas como suplementação
a campo.
A adoção de
qualquer uma dessas estratégias de suplementação alimentar requer planejamento
detalhado, partindo-se do conhecimento prévio das condições edafoclimáticas
(clima e solo), do potencial produtivo das pastagens, das necessidades
nutricionais do rebanho que ocorrem na propriedade, além das condições de
mercado de produtos e insumos.
EMBRAPA.